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O engajamento como elemento formador da identidade

Atualizado: 3 de mai. de 2022

No ambiente corporativo, Wilmar Schaufeli e colegas definem o engajamento como um estado mental positivo e gratificante relacionado ao trabalho, caracterizado por vigor, dedicação e absorção. Entendemos, porém, que embora capte alguns elementos essenciais do engajamento, essa definição – e outras mais ou menos na mesma linha – não expressa o conceito de um modo mais amplo. Não expressa, por exemplo, o que vem a ser o engajamento total, uma construção que se refere não só ao trabalho, mas também à vida.

Sob o ponto de vista filosófico, o engajamento pode ser relacionado ao conceito de comprometimento desenvolvido por Kierkegaard. Quando estamos desengajados daquilo que nos cerca, tudo nos parece vazio e sem sentido. Por outro lado, o “comprometimento incondicional” com alguma coisa – por exemplo, com uma causa ou vocação – é um elemento formador da identidade e do senso de realidade do indivíduo. O engajamento se manifesta no dia a dia por meio de um esforço voluntário voltado para a realização e para a contribuição. Aquilo com que nos engajamos confere coerência e significado a nossas existências, e ajuda a formar nosso senso de identidade.

Sartre, por sua vez, lançou as bases para uma visão do engajamento à luz das virtudes éticas e da autenticidade. Para o filósofo, o fato de sermos humanos implica estarmos em meio a situações concretas que demandam nosso engajamento, e com as quais devemos nos engajar de um modo mais profundo e decisivo. É a chamada “liberdade engajada”: encontramos nossa razão de ser ao realizarmos concretamente nossa liberdade. Trata-se de ter consciência do que fazer, de ter a responsabilidade de fazer e de ter respeito por suas obrigações para com você mesmo e para com os outros.

O engajamento

O engajamento é, pois, em última instância, a base de uma vida autêntica e dotada de sentido, o que constitui uma das respostas para a condição existencial do ser humano. É, ainda, uma fonte de significado e valor: ao escolher com o que me engajar, estou, também, escolhendo quem sou. Ao escolher quem sou, estou, de certa forma, criando meu mundo.

“O engajamento como elemento formador da identidade” é um pequeno artigo e, também, um preview do capítulo que Villela da Matta e Flora Victoria e escreveram para o livro “Engajamento Total”, em coautoria com Brian Tracy – o mais recente lançamento da Editora.



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